domingo, 31 de março de 2013


ADENOMIOSE, ENDOMETRIOMA... AS VÁRIAS FORMAS DA ENDOMETRIOSE!!

Não é a toa que a endometriose é uma doença enigmática. Não se sabe ao certo porque ela aparece em alguns grupos de mulheres. Muitas pesquisas ainda estão em curso, por isso poucas coisas se sabe sobre a doença. O adiamento da gravidez, a hereditariedade são pontos comuns que fazem a mulher portar a endometriose. Ainda não há cura para a endo. Sabe-se também que ela pode ser interna (dentro de alguns órgãos como ovários e útero), e externa, atingindo-se assim diversos órgãos dentro ou fora da cavidade abdominal, como bexiga, intestino entre muitos outros. Quando a doença se instala no útero, ela recebe o nome de adenomiose. Já nos ovários é chamada de endometrioma. 

A endometriose surge quando o endométrio, camada interna que reveste o útero, e que serve para abrigar o bebê numa gravidez, se desenvolve fora de seu habitat natural, o útero. Quando a gravidez não ocorre, essa parede se descama e vira o que conhecemos como menstruação, que é renovada mensalmente. Quando os ‘pedaços do endométrio’ se instalam dentro do miométrio (camada externa do endométrio, que nada mais é do que a parede externa que reveste o útero), a endometriose recebe o nome de adenomiose. Ou seja, a adenomiose é a endo dentro do útero. Com isso, o útero tem o seu tamanho muito maior do que o normal, que é cerca de 90 cm³, e os sintomas, como aumento do fluxo menstrual e cólicas muito fortes, são parecidos com os sintomas de mioma uterino. Por isso, ir a um bom especialista em endo é que faz toda a diferença. Para tentar a cura da adenomiose, a retirada do útero por si só, infelizmente, não é garantia da cura. A única forma de tentar a tal cura é retirar os órgãos que alimentam a endo, os ovários. Mesmo sem o útero, nós, mulheres, continuamos a produzir hormônios, que são os vilões da endometriose. É claro que não faz parte da natureza feminina viver sem hormônios, mas se a mulher tiver idade acima de 45 anos, ou a família já constituída, ou seja, com todos os filhos, retirar os ovários e as trompas, principalmente, em quem tem laqueadura, seria a opção mais sábia, pois só assim a mulher poderá chegar à cura da endo. Caso contrário, é necessário controlar a doença por meio de remédios, para que a mulher não menstrue mais. Induzir a menopausa é uma feliz opção. Infelizmente, a cada menstruação, a sombra da endo paira sobre a cabeça de uma endomulher. 

Já quando o endométrio se aloja na parede externa dos ovários, a endo recebe o nome de endometrioma. É a consequência da endometriose ovariana. É também conhecido como o cisto de chocolate. Eu tive um cisto assim aos 15 e aos 19 anos de idade. Aos 15, eu operei. Mas, na década de 1990, e ainda por cima na minha cidade, no interior de Goiás, não obtive o diagnóstico de endometrioma, mas sim, como cisto de ovário. Felizmente, nesta cirurgia o meu ovário esquerdo foi preservado. O engraçado é que é justamente nesse lado, que eu sinto a dor da endo hoje, a dor de pontadas agudas. A minha intuição diz que desde essa época, eu já portava a endometriose. O endometrioma se forma a partir de vários pequenos cistos que se fixam na parede externa dos ovários. No período menstrual, esses pequenos cistos respondem aos estímulos hormonais e crescem produzindo outros vários pequenos cistos. Dentro do endometrioma há um líquido bem semelhante ao chocolate derretido. Por isso, eles são conhecidos como cisto de chocolate. Ao mesmo tempo, ele lembra aquele sangue amarronzado de nossa menarca. O meu era assim! Ao se romper, o líquido se espalha por toda a cavidade pélvica e causando as aderências entre os órgãos. A dor dessa ruptura é horrível, pois alguns anos após a cirurgia acho que aos 19 anos, eu também tive outro endometrioma que se rompeu. É uma dor horrorosa! 

Agora, quando a endometriose atinge órgãos das cavidades pélvica e abdominal, e os chamados órgãos distantes, essa endometriose é chamada de externa. Em muitos casos, é necessário retirar pedaços do intestino, bexiga, ou a totalidade deles, dentre muitos outros órgãos em que a doença pode se alojar. Na externa, há também a formação de aderências. E, digo, dói muito também. Em casos raros, a endo pode atingir órgãos vitais e distantes da pelve como pulmão, coração e cérebro. É nesses casos que a mulher pode vir a óbito. A explicação para isso é o fato de a doença migrar para vários órgãos por meio da corrente sanguínea. Assim como as várias formas de endometriose, a doença possui quatro estágios de classificação, mas que vou deixar para outro post.

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