Série "O Dentista Mascarado" marca a estreia de Marcelo Adnet na Globo
O comediante atuará ao lado de Leandro Hassum e Taís Araújo no seriado
Por trás dos jalecos e dos sorrisos assépticos, Marcelo Adnet, Leandro Hassum e Taís Araújo guardam um grande segredo: eles são super-heróis. Ok, nem tão "super" assim. Mas o fato é que em O Dentista Mascarado, série que estreia no próximo dia 5, sexta-feira, na RBS TV, o trio tem vida dupla: de dia, o doutor Paladino (Adnet) cuida das bocas dos pacientes, Sérgio (Hassum) é seu protético e Sheila (Taís), a auxiliar do odontólogo. À noite, os três saem às ruas para combater os crimes da cidade. Claro, de forma bem atrapalhada. Uma espécie de Batman, Robin e Mulher Gato tupiniquins.
Ex-MTV e mais novo contratado da Globo, Adnet afirma que a relação dos três é de parceria dentro e fora das gravações da série e brinca ao analisar a dupla Paladino e Sérgio.
– Há esse clima de Batman e Robin mesmo entre eles. A diferença é que o Homem-Morcego tem uma coisa de estar sempre à frente, ser um cara fatal, e o Menino Prodígio é mais uma garota (risos). Aqui, este desenho não existe. A gente é patético mesmo.
Já Sheila tem mais malícia, segundo Adnet:
– Ela é a descolada do grupo. Na verdade, a personagem de Taís é a bandida, que tem conexões com a máfia e nos coloca no roteiro do submundo. De um jeito esquisito, somos um trio justiceiro.
Taís considera sua Sheila uma heroína torta.
– Ela está mais para a Mulher-Gato. Não é vilã, mas está longe de ser boazinha.
Entrevista com Marcelo Adnet:
Nome de destaque do novo humor brasileiro, Marcelo Adnet deixou a MTV para atuar na Globo em um seriado com história pré-definida. Agora, o comediante sabe que terá desafios. Um deles é romper a escrita de que diversos talentos egressos da MTV não fazem sucesso equivalente em outras emissoras, como Marcos Mion e Sabrina Parlatore. O humorista trabalhará com roteiro assinado por Alexandre Machado e Fernanda Young – antes, criava os próprios textos. Confira a entrevista concedida a Zero Hora por e-mail.
Zero Hora – Muitos programas de humor estão fazendo sucesso na TV aberta (programas como Tapas & Beijos e Louco por Elas), na TV a cabo, na internet (Porta dos Fundos) e nos palcos (stand up comedy). O humor está passando por uma renovação no Brasil?
Marcelo Adnet – Sim, e tem como epicentro a chegada maciça da internet. A internet democratizou a produção. Hoje em dia, com pouquíssimos recursos, se pode fazer um trabalho excelente.
ZH – Você vê características em comum no humor dos programas atuais da TV?
Adnet – Sinceramente, acho que a diversificação do humor é bem grande e existem propostas bastante diferentes para públicos diferentes. O que se sobressai é mais a diversidade do que o padrão.
ZH – Sua mulher, Dani Calabresa, agora está em uma emissora diferente da sua (Band) e também em outra cidade. Como está essa nova fase?
Adnet – Estamos lidando bem. Ela está trabalhando muito durante a semana, e eu também. Todo o fim de semana nos encontramos e aproveitamos ao máximo o tempo juntos.
ZH – Você ajudou a elaborar a ideia do novo programa na Globo?
Adnet – Não. Os autores (Alexandre Machado e Fernanda Young) me chamaram pra conversar e me envolveram na série desde que souberam da minha chegada na Globo. Claro que, uma vez que se confirmou a minha presença no projeto, levei comigo uma série de ideias e sugestões que foram muito bem aceitas, mas a ideia original é deles.
ZH – O programa vai ter espaço para improviso, que é uma de suas características pessoais?
Adnet – Esse trabalho é diferente. Estou interpretando um personagem que foi escrito pelo Alexandre e pela Fernanda e dirigido pelo José Alvarenga Jr. Mas é claro que existem pequenos espaços para improviso. Meu personagem, o doutor Paladino, sempre conta piadinhas para os pacientes durante o tratamento dentário e, embora esses texto venham prontos, os autores me deixam livre para fazer piadas minhas ou adaptar as deles. Então, espaço sempre existe.
ZH – Na Globo, o humor politicamente incorreto vai poder continuar?
Adnet – Acho que essa não é a minha marca. Considero esse tipo de humor importante, mas sempre foquei mais em improvisação e conhecimentos específicos, como línguas e culturas estrangeiras. Mas, agora que falo com um público maior, a responsabilidade cresce. Mesmo assim, até agora não houve nenhum tipo de intervenção, não precisei alterar nada nas sugestões que dei para o programa.
ZH – Hoje se discute muito quais são os limites do humor. Na sua opinião, isso existe?
Adnet – Sim, mas só quem pode determinar esse limite é o humorista e o público. Essa negociação se dá entre essas duas partes.
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